quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Impotentemente apaixonada.


Era uma vez uma garota nem feia nem bonita, nem burra nem inteligente, nem legal nem chata. Era uma garota vivendo sua vida normalmente, com pequenos problemas que todo mundo tem. Mas ok, ela tinha um valor, afinal todo mundo tem algo de especial ou pelo menos uma personalidade. Essa garota (a quem vamos chama de Ana) tinha sua características combinadas; era generosa, espontânea, simpática, mas também era mandona, orgulhosa e sua paciência era algo que precisava ser treinado há tempos.
Um dia Ana se apaixonou.


E Ana nunca tinha se apaixonado. E Ana nunca tinha sentido aquilo, e ela não sabia como lidar, não sabia o que fazer, e quando decidia, não conseguia. Estava tão... impotente! E isso doía para o orgulho de Ana, e para seu jeito mandão também. Viveu acostumada a estar sempre no controle, sempre apontando o dedo e decidindo o quê ia acontecer na sua vida, quando quisesse, como quisesse. Mas agora não dava, ela não decidia mais nada.
Era... seu coração?
Por favor....corações não decidem!
Mas quando seu coração (e como é bobo seu coração) resolve escolher alguém, então você perde o comando, e fica assim, como Ana: impotente.
E Ana sonhava com ele toda noite, e mirabolava os planos mais românticos e doidos imagináveis, e suspirava, e se arrepiava ao avistá-lo, e murchava quando o perdia de vista, e... meu Deus! Como poderia conviver com isso pela eternidade sem nem nunca ter certeza de nada: se isso daria certo ou não, se eles dariam certo ou não!?
Então ela decidiu; colocaria o orgulho um pouco de lado pra conseguir sanar a dúvida, por mais doloroso que fosse o resultado.
Ela tentaria!


E ela tentou, nada saiu exatamente como planejado, e eles mal conversaram. Ela não tentou com o máximo afinal, mas estava sendo difícil pra ela, era uma situação vulnerável, e nunca vivera aquilo, e suas amigas também não (nunca haviam se apaixonado, e as que haviam eram tão arriscadas e acostumadas a ficarem vulneráveis),e ela tinha que juntar forças sem ter noção direito do que ia encarar.
E estava cada vez mais apaixonada...
Mas na hora ela não conseguia... ela travava, seu coração pulava sua mão tremulava e suava, e o medo de errar era incontrolável. E ela acabava por não tentar.
Mas e depois? Depois Ana lamentava-se em casa por não ter tentado, por não ter se arriscado a errar, não ter arriscado seu sentimento, não ter corrido o risco de errar a ponto de perder sua imponência. E ela lamentava, porque a dúvida ainda não estava sanada; daria certo? Ele e ela, um dia?


Acontece que Ana nunca saberia a resposta, e não vai saber se continuar a se entregar só de corpo e não de alma também.
Então é isso: ou ela vive com sua impotência sem nunca saber o que ele pensava, vive com aquela paixão sem fim, sem certo nem errado; ou ela arrisca tudo, arrisca um chute, um fora, um choro doído, uma noite lastimável, e vê, afinal no que essa paixão (tão nova) poderia dar...


E Ana jurou, e Ana vai tentar, porque mesmo sendo mandona, muito orgulhosa, e estando mais impotente do que jamais esteve na vida: Ana tem coragem.



                                                                                          The Killers - Here With Me




PS:. E afinal, Ana está apaixonada, e o que uma boa e verdadeira paixão não derruba?
             

Nenhum comentário:

Postar um comentário